O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Nova Lima e da Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna, e a Polícia Civil realizam hoje, 22 de novembro, a operação Arca de Noé. O alvo é uma clínica veterinária, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com as investigações, os proprietários da clínica vinham praticando uma série de condutas ilegais e irregulares como maus tratos aos animais, cobranças por medicamentos e procedimentos desnecessários, adoção de técnicas mais caras quando um procedimento simples alcançaria os mesmos resultados, internações sem necessidade, congelamento de animais mortos para continuar cobrando diárias e coleta de sangue de animais sem autorização dos donos para vender as bolsas de sangue para transfusão.

Além disso, foi constatado que produtos e substâncias tóxicas ou nocivas à saúde humana ou ao meio ambiente eram descartados de forma irregular em uma rede pluvial que deságua no córrego do outro lado da rodovia MG 030, onde fica a clínica, ou em recipientes comuns, sem nenhuma identificação.

A pedido do MPMG, a Justiça determinou a expedição de mandado de prisão preventiva do dono da clínica e de prisão temporária da esposa dele, ambos veterinários. Ele foi detido e ela não foi encontrada. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na clínica Animed Hospital Veterinário e nas residências dos proprietários e de mais três investigados (dois funcionários da clínica e um advogado). A Justiça determinou ainda a suspensão das atividades da clínica e do exercício da profissão dos dois proprietários, bem como a quebra do sigilo bancário e fiscal das contas dos dois.

Segundo a promotora de Justiça Cláudia de Oliveira Ignez, as investigações demonstram que não se tratava de uma conduta isolada, mas de algo recorrente, que aparentemente era o alicerce da atividade da clínica. Os proprietários poderão responder por delitos diversos, entre os quais estelionato, maus tratos, associação criminosa e crimes ambientais.
Fonte: MPMG