O governo britânico anunciou, nesta quarta-feira (12), um amplo plano de defesa dos animais, que inclui a luta contra o tráfico de filhotes, a proibição de importar troféus de caça de espécies protegidas e até a possível proibição do foie gras.
“Agora que deixamos a União Europeia, o Reino Unido tem novas liberdades para seguir reforçando as normas de bem-estar animal e consolidar seu lugar como campeão mundial dos direitos dos animais”, disse o governo, em um comunicado.
O Executivo apresentará um projeto que, entre outras coisas, reconhecerá que os animais são seres “sensíveis”.
“Vamos liderar a proteção dos animais no exterior, aplicando a mais estrita proibição de marfim do mundo e proibindo os troféus de caça para proteger as espécies emblemáticas”, disse o ministro do Meio Ambiente, George Eustice.
As medidas vão desde modificar as normas para a importação de filhotes até a proibição de ter macacos como animais de estimação, passando pela restrição de caça de aves com substâncias adesivas, ou pela proibição da venda de marfim e da importação de barbatanas de tubarão.
O governo também estuda a possibilidade de proibir a venda de foie gras, denunciado pelos defensores dos animais como produzido mediante “tortura”, e planeja proibir os anúncios no Reino Unido de atrações que desrespeitem o bem-estar animal, como passeios em elefante.
Também quer impedir o roubo de animais de estimação, um problema durante a pandemia, e garantir que o bem-estar dos animais não se veja comprometido em futuras negociações comerciais que Londres vier a realizar com outros países.
“Não podemos continuar ignorando os vínculos inseparáveis entre a maneira como tratamos os animais, nossa própria saúde e a saúde do planeta”, disse Chris Sherwood, diretor-executivo da Sociedade Real para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (RSPCA).
O vice-presidente do sindicato nacional dos granjeiros, Stuart Roberts, disse, no entanto, que o governo deveria aplicar suas regras estritas sobre animais de criadouros a países como a Austrália, com o qual Londres tem negociações comerciais.
“É ridículo elevar as normas neste país sem aplicá-los aos países, com os quais buscamos acordos comerciais. É uma hipocrisia”, disse ele à BBC.
Fonte: Estado de Minas
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