Mesmo já tendo sido comprovado por organizações de saúde nacionais e internacionais que animais não contraem nem transmitem Covid-19, o número de animais abandonados e pedidos de resgate cresceram nas últimas semanas
Desde que se iniciou a pandemia de coronavírus, o número de animais abandonados e pedidos de resgate aumentou, também, na região do Alto Tietê. Vivemos um momento delicado, precisamos agir para conter a disseminação da doença, somos bombardeados de notícias sobre o Covid-19, e muitas informações falsas ou mal colocadas podem contribuir para o crescimento do abandono.
Já foi comprovado que cães e gatos não contraem e transmitem Covid-19. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o momento, não há evidências de que animais ficam doentes e infectam humanos com coronavírus. Entretanto, os cuidados de higiene e limpeza que devem ser tomados por todos, precisam ser aplicados igualmente aos animais, pois o tutor ou qualquer pessoa infectada, ao tossir e espirrar, pode espalhar partículas com o vírus pela pelagem do animal.
Os cachorros são muito dependentes dos seres humanos. Ao serem largados à própria sorte nas ruas, podem ser mortos, atropelados, envenenados, passam fome e sede. Infelizmente, as ONGs da causa animal, por falta de recursos, não têm condições de resgatar e cuidar de todos os animais abandonados, por isso, neste momento, é muito importante combater as fake news a respeito do tema, para que mais pessoas se conscientizem e não contribuam com este ato de crueldade.
Em alerta contra o abandono, o Conselho Federal de Medicina Veterinária está utilizando a internet para explicar à população que os animais não transmitem coronavírus. A entidade ressalta que “o abandono de animais é inaceitável e já era um problema de saúde pública no Brasil”.
Além disso, outras instituições, nacionais e internacionais, também se manifestaram a respeito da relação entre animais e Covid-19, a fim de combater o abandono. A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, World Organisation for Animal Health) reafirmou que, até o momento, não há evidências de que os animais domésticos desempenhem algum papel na disseminação da doença causada pelo novo coronavírus. Já a Associação Mundial de Veterinária (WVA, World Veterinary Association) e a Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais (WDAVA, World Small Animal Veterinary Association) também publicaram materiais didáticos explicando as principais dúvidas sobre a doença.
ABANDONO DE ANIMAIS É CRIME E DEVE SER DENUNCIADO
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, só no Brasil, existam mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados. No interior, em cidades menores, a situação não é muito diferente. Em muitos casos o número chega a 1/4 da população humana.
Abandono de animais é crime de maus-tratos e deve ser denunciado às autoridades competentes. Saiba como denunciar o crime neste link.
ONG FERA REÚNE DÚVIDAS SOBRE COVID-19 E ANIMAIS
A ONG FERA reforça que todos busquem sempre informações de fontes oficiais, a fim de
combater o número de animais abandonados, e reúne as principais dúvidas em relação aos
cuidados com os animais durante a pandemia de coronavírus, seguindo orientações do Conselho Federal de Medicina Veterinária:
👉 ANIMAIS CONTRAEM E TRANSMITEM COVID-19?
O CFMV informa, seguindo as orientações da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), que o animal não é um vetor/portador do vírus a ponto de transmiti-lo ao homem. No entanto, por descuido de humanos infectados, pode agir como uma superfície, ou seja, ele é tão “transmissor” quanto um móvel, maçaneta ou torneira que, tocados por alguém saudável após contato com a secreção de uma pessoa infectada, pode ser um veículo de transmissão. Por isso, reforçamos: guarda responsável é ter zelo pelo seu animale, caso esteja gripado ou confirmado para COVID-19, manter-se afastado do animal – mas jamais abandoná-lo.
👉 O CORONAVÍRUS É TRANSMITIDO PELOS ANIMAIS? DEVO EVITAR CONTATO COM OS MEUS ANIMAIS?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que, até o momento, não há evidência significativa de que animais domésticos possam ficar doentes ou transmitir o novo coronavírus. Mesmo assim, a recomendação é de que pessoas infectadas evitem o contato com seus cães e gatos e também façam quarentena de convivência com eles.
👉 SE O ANIMAL NÃO TRANSMITE O NOVO CORONAVÍRUS, NEM PEGA A COVID-19, POR QUE NÃO POSSO FICAR PERTO DO MEU ANIMAL SE EU ESTIVER COM O CORONAVÍRUS?
Realmente, não há comprovação científica de que o animal transmita o novo coronavírus
(SARS-Cov-2), mas o tutor infectado, ao espirrar ou tossir, poderá espalhar partículas com vírus na pelagem do animal. Até o momento, não há informações de que o animal em si desenvolva a doença, mas se o pelo estiver contaminado e outra pessoa o tocar, não há garantia de que não haverá transmissão. Nesse momento de incertezas, todo cuidado faz a diferença para evitar o contágio.
👉 EXISTE UM CORONAVÍRUS QUE ATINGE O CACHORRO?
Sim, existe o coronavírus canino, que atinge o trato gastrointestinal de cães, podendo desencadear um processo de diarreia e vômito. Mas o homem é resistente a esse vírus, que não tem nada a ver com o novo coronavírus, que causa a Covid-19 e ataca as vias respiratórias.
👉 TEM VACINA PARA O CORONAVÍRUS DE CACHORRO? HUMANOS PODEM TOMÁ-LA?
As vacinas múltiplas, como a V-8 e a V-10, imunizam o cachorro contra o coronavírus canino, que não é o mesmo que está se espalhando agora, causando a pandemia. Essas vacinas não podem ser aplicadas em humanos e não são eficazes contra a Covid-19.
👉 POSSO PASSEAR COM O MEU CACHORRO NA RUA?
Nesse período de contenção do novo coronavírus, a recomendação é que as saídas ao ar livre com os animais sejam curtas e objetivas, acompanhadas de apenas um responsável, apenas para atender às necessidades fisiológicas – sempre evitando contato com outros animais e pessoas, buscando os lugares menos aglomerados e os horários mais tranquilos.
👉 COMO DEVEM SER AS CONSULTAS VETERINÁRIAS EM DOMICÍLIO?
Os médicos-veterinários devem redobrar os cuidados com a higiene; usar o máximo de material descartável possível, inclusive o jaleco; e reservar os resíduos para dar a destinação adequada, especialmente o material biológico. Assim como no atendimento em clínicas, orientar que apenas um tutor acompanhe a consulta para evitar concentração de pessoas.
👉 MEU ANIMAL ESTÁ INTERNADO. POSSO VISITÁ-LO?
Durante o período crítico de surto do novo coronavírus, recomenda-se que os tutores evitem visitar os animais internados. Também sugere-se que os serviços que não são de urgência e emergência sejam reprogramados, para não haver uma exposição desnecessária nesse momento crítico de propagação do novo coronavírus.
👉 O MÉDICO-VETERINÁRIO PODE FAZER ATENDIMENTO À DISTÂNCIA?
Não, o atendimento à distância continua proibido, conforme determina o Código de Ética do
Médico-Veterinário. A consulta clínica deve ser presencial, seja no consultório ou em domicílio, mas sempre que possível, de forma restrita, individualizada, reduzindo aglomerações.
👉 COMO DEVE SER A HIGIENIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS VETERINÁRIOS?
Os médicos-veterinários devem ser mais severos com a higienização dos ambientes, limpando o recinto a cada atendimento. Limpar, principalmente, o mobiliário e os utensílios que tiveram contato direto com o animal ou com o tutor, como mesas, bancadas, instrumentos, cadeiras e tudo o que foi utilizado durante o atendimento dos pacientes. As recepções também devem intensificar a limpeza.
👉 NÃO ABANDONE OS ANIMAIS
O abandono de animais é inaceitável e já era um problema de saúde pública no Brasil antes mesmo da ameaça do novo coronavírus (SARS-Cov-2), uma vez que cachorros e gatos errantes, sem vacinação e cuidados de saúde, além de indefesos, são potenciais transmissores de zoonoses, aquelas doenças transmitidas de animais para seres humanos, como raiva, leishmaniose, leptospirose, toxoplasmose e outras. Como afirmado anteriormente, não há ainda relação de transmissão da Covid-19 por animais. Dessa forma, reforça-se a necessidade de que as pessoas pratiquem a guarda responsável, cuidem da
saúde dos seus animais e mantenham as medidas necessárias para evitar a propagação de doenças.
Fonte: ANDA
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