Seis já foram adotados. 47 era o total de animais em situação de maus-tratos encontrados no sítio
A força-tarefa que fez três etapas da operação de resgate de pit bulls em situação de maus-tratos num sítio em Sabará – e já retirou um total de 29 animais – se prepara agora para a quarta etapa que tem como meta o resgate dos 18 restantes.
ONGs de proteção animal, clínicas veterinárias e faculdades que integram a Força Tarefa coordenada pelo Ministério Público estão abrigando temporariamente 23 pit bulls e precisam urgente de novos abrigos temporários e também de bons adotantes para os que estão prontos para irem para um lar.
Os interessados devem preencher um formulário em clicando aqui.
À medida em que esses animais forem encaminhados para adoção responsável, os outros 18 que ainda estão no sítio poderão ser resgatados e passarem pelo processo de avaliação médico veterinária e ressocialização, para então serem disponibilizados para adoção.
“É urgente que surjam adotantes, pessoas ou clínicas que possam fornecer voluntariamente lares temporários”, ressaltou a professora da UFMG e médica veterinária Cristina Malm, também integrante da força tarefa.
O dono do sítio firmou termo de compromisso com o Ministério Público para melhorar as condições dos animais que ainda estão no local até sua efetiva retirada mas como as melhorias não estão acontecendo na velocidade desejada e o período chuvoso se aproxima, os integrantes da força tarefa de resgate dos animais estão muito preocupados com os que ainda estão no sítio.
“Ainda não há local para abrigá-los, sendo necessária a destinação dos que já foram reabilitados para adoção responsável, para que haja espaço para acolher os demais. Precisamos do apoio de todos divulgando e adotando, de forma responsável, esses cães que já estão aptos para ganharem um novo lar!”, salientou Anelisa Ribeiro Cardoso, Promotora de Justiça integrante dessa força tarefa. Ela agradeceu a todos os envolvidos, como a FEAD, UFMG, CRMV, UNIBH, PUC Betim, Clinicas Santo Agostinho e Gutierrez e ANCLIVEPA no apoio para acolhimento desses animais, bem como a todos os voluntários que estão fazendo a ressocialização deles.
Adoções
Os seis pit bulls adotados já passaram pela fase de adaptação e a adoção foi bem sucedida. Mas até chegarem na casa do adotante bem e saudáveis eles passam por um processo de adestramento realizado por voluntários que são estudantes de Medicina Veterinária da FEAD, UNIBH e UFMG, além das clínicas Gutierrez e Santo Agostinho.
Atualmente são 15 voluntários que tem pesada rotina diária de limpeza dos canis, alimentação, trabalho de adestramento e passeio com os cães. “O auxílio desses voluntários nesta empreitada tem sido fundamental para o desenvolvimento e recuperação dos animais. Identificamos o perfil de cada um e fizemos um adestramento de forma positiva, gradual e controlada” , destacou Thiago Campos, formando em Veterinária pela UFMG e educador canino há mais de seis anos.
Uma das seis adotadas é a Maya, que deve ter entre dois e três anos.
“A Maya trouxe só alegria. Muito sociável e carinhosa, se deu super bem com meus outros cães. Ela adora um abraço e brincar de bolinha. Parece um filhote; está sempre correndo e brincando”, declarou Luís Felipe, morador de Lagoa Santa.
A adotante do pit Brayan informou que ele é muito educado e se adaptou muito bem com sua cadela Vitória e mais quatro gatos. “Você tem que ver a alegria dele quando saímos para passear! Eu o chamo de meu príncipe!”, disse a adotante que é moradora de Contagem e não quis se identificar.
Entenda o caso
A primeira ação de resgate dos pit bulls aconteceu no dia 11 de julho organizada pela 2ª Promotoria de Justiça de Sabará, com o apoio da Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna (Cedef), do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim) e da Central de Apoio Técnico (Ceat) do MPMG. Na ocasião, três cães em estado grave foram encaminhados para o Hospital Veterinário da UFMG.
A operação contou com o apoio da Polícia Militar de Meio Ambiente e da Corregedoria da Polícia Civil. Foram mobilizados 40 policiais civis e militares, duas promotoras de Justiça, sete médicos veterinários e quatro auxiliares de veterinária.
Depois dessa primeira ação, o dono do sítio assinou um Termo de Ajustamento de Conduta preliminar, onde se comprometeu a adotar medidas para assegurar o bem-estar dos cães e enviá-los para adotantes qualificados indicados pelo Ministério Público.
A segunda etapa da operação aconteceu quatro dias depois, em 16 de julho, quando membros do Conselho Regional de Medicina Veterinária, acompanhados de ONGs protetoras de animais e policiais, voltaram ao local e resgataram mais 13 cães. Em agosto, mais uma fase da operação resgatou mais alguns animais e constatou que as condições não haviam mudado e os animais ainda estavam ao relento, presos por correntes grossas e sem alimentação. Eles ainda tinham feridas e cicatrizes em várias partes do corpo, estavam em local úmido e com água suja.
No dia 16 de outubro, a equipe foi mobilizada novamente, mas a operação não foi concluída pois não havia ninguém no sítio para permitir o acesso.
Maus-tratos
Praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais é crime previsto em lei federal. A pena pode variar de três meses a um ano de prisão e multa, podendo ser aumentada se o crime causar a morte do animal.
Fonte : Anda e Olhar Animal
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