Terminou ontem, 18 de junho, o seminário Desastres de mineração em Minas Gerais: desafios e perspectivas, promovido pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Na manhã de, segunda-feira, integrantes da instituição apresentaram o painel A atuação do MPMG em desastres ambientais de mineração.
Defesa da fauna
Durante o painel Defesa dos animais em desastres de mineração: resgate, manejo, destinação e gerenciamento de risco, a promotora de Justiça Luciana Imaculada de Paula, coordenadora estadual de Defesa da Fauna (Cedef), falou sobre a proteção dos animais em situações de risco e em desastres de mineração. Segundo ela, após Recomendação do MPMG, a Vale resgatou mais de 3.500 animais em Barão de Cocais, 270 em Nova Lima, 5.200 em Macacos e 640 em Brumadinho.
A diretora da Faculdade de Medicina Veterinária da UFMG, Zélia Inês Portela Lobato, abordou o tema Aspectos sanitários em situações de desastres e a importância da elaboração de protocolos. Além de falar sobre possíveis epidemias geradas pelo desequilíbrio ecológico em áreas de desastre, questionou a falta de fluxogramas, protocolos e informações técnicas para resgate, atendimento, alojamento e manutenção das diferentes espécies de animais vítimas de tragédias. A professora apresentou uma proposta de manual com procedimentos e ações para o atendimento desses animais.
A presidente da Comissão de Bem-Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária e colaboradora técnica da Cedef, Ana Liz Bastos, falou sobre a atuação humanitária e técnica de voluntários em situações de desastres. Segundo ela, o trabalho de pessoas e profissionais já salvou a vida de vários animais vítimas de tragédia. Em 18 de janeiro deste ano foi criada a Brigada de Animais de Minas para, segundo Ana Liz, ajudar não apenas no resgate e na proteção de várias espécies, mas também na formação e capacitação de voluntários.
Na sequência, a gerente de Programas Veterinários da Word Animal Proctecion, Rosângela Ribeiro Gerbara, apresentou a palestra Planos de contingência: estudos de casos internacionais, na qual abordou os diferentes tipos de desastres e seus impactos na vida animal, falou sobre manejo adequado, gestão de risco, protocolos de atendimento, treinamento de moradores e sistemas de evacuação. Já o gerente Internacional de Resposta da Word Animal Proctecion, Juan Carlos Murillo, falou sobre Marcos legais internacionais: a inclusão dos animais e como funcionam na prática. Ele citou exemplos de legislação da Guatemala, da Costa Rica e da Índia.
A tarde de segunda-feira foi finalizada com a palestra A proteção dos animais em situações de desastres. Propostas para o Brasil, realizada pela pesquisadora do Centro de Estudos de Biodireito (Cebid) Samylla de Cássia Ibrahim Mól. Segundo ela, o Brasil conta com legislação que trata da fauna atingida por oleaginosos, mas não existem leis específicas para o manejo de animais vítimas de barragens de rejeito.
Fonte: MPMG
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