Os cachorros viviam em condições precárias de higiene e eram explorados em experimentos odontológicos dolorosos sem receber anestesia adequada

 

O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), do Ministério da Ciência e Tecnologia, multou nesta segunda-feira (2) a Universidade Estadual de Maringá (UEM) em R$ 10 mil por submeter cachorros a experimentos cruéis.

                                                                               
                                                                                                                                     Foto: Reprodução/RPC

A multa veio após o caso ser denunciado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) em 2011 através de uma petição que reuniu aproximadamente seis mil adesões. O MP declarou, na ocasião, que os cachorros, da raça beagle, viviam em condições precárias de higiene e eram explorados em experimentos odontológicos dolorosos sem receber anestesia adequada.

Como resume a Promotoria na ação, “a situação de maus-tratos aos animais é evidente, eis que o biotério não apresenta condições satisfatórias de higienização, os cães estão vulneráveis a condições climáticas (frio) e submetidos a uma superfície imprópria (dura e áspera); há medicamentos vencidos (alguns há quase 10 anos), reutilização de agulhas e seringas contaminadas, potencialmente causadoras de abscessos e dor; sofrem intenso estresse, com alterações comportamentais e físicas; o protocolo de eutanásia em ao menos um dos procedimentos se mostrou absolutamente inadequado, além de a anestesia geral ser realizada por leigo, em afronta ao artigo 47 da Lei de Contravenções Penais (Dec.-Lei 3688/41), podendo os animais sentir dor”.

Explorados por uma ciência perversa, os cachorros eram mortos com overdose de anestésico e seus corpos eram incinerados. Os testes cruéis foram suspensos pela Justiça no mesmo mês. E em julho de 2012 seis beagles e três cães sem raça definida foram resgatados do canil da universidade em atendimento a uma decisão judicial.

O pró-reitor de Pesquisa da universidade, Clóvis Jobim, alegou que a UEM analisa se a decisão da Justiça cabe recurso ou não. Ele disse ainda que cães não são mais explorados em testes científicos pelo curso de odontologia, mas que experimentos são feitos com esses animais pelo departamento de Zootecnia. Os cães explorados são cedidos por instituições parceiras da universidade.

 

Fonte: ANDA E MPPR