Em meio à crise provocada pelo desmatamento e queimadas em Mato Grosso, uma boa notícia: um dos Centros de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), previsto no plano de ação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, começou a operar. Localizado no município de Lucas do Rio Verde, a 332 Km de Cuiabá, o funcionamento da unidade conta com auxílio da Prefeitura Municipal de Lucas do Rio Verde e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, sob a coordenação da Organização Não-Governamental “AMIBEM”. Atualmente 70 animais, vítimas de acidentes, maus tratos e de queimadas, estão sendo atendidos no local.
A presidente da Ong, Roseana Spindeler, explica que a viabilização da obra foi coordenada pela Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa do Meio Ambiente e da Ordem Urbanística. Os recursos foram aplicados na construção da sede do caseiro, escritório, ambulatório veterinário, setor de alimentação e a parte elétrica e hidráulica. A câmera fria foi adquirida com recursos repassados pela Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente em Lucas do Rio Verde. Outras Promotorias de Justiça efetuaram destinações para aquisição dos equipamentos do ambulatório e auxílios para a manutenção.
INTEGRAÇÃO – Segundo o procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe, tem sido fundamental a integração na defesa do meio ambiente. “A somatória de esforços não se resume à construção do Cetras. A articulação e integração dos órgãos que atuam na defesa do meio ambiente também têm alcançado excelentes resultados em outras frentes, em especial contra o desmatamento ilegal e no combate ao incêndio, especialmente ao provocado criminosamente”.
Ele explica que a formação do Comitê Estratégico para o Combate ao Desmatamento Ilegal, à Exploração Florestal Ilegal e aos Incêndios Florestais (CEDIF-MT), uma coordenação com todos os órgãos envolvidos no combate ao desmatamento e ao incêndio florestal, foi fundamental para responder à crise ambiental atual, inclusive com a articulação com as Ong´s que foram vitais para o atendimento à fauna silvestre ameaçada.
O procurador de Justiça destaca, por exemplo, a aplicação de autos de infração em valor superior a um bilhão de reais em face do desmatamento e incêndios no estado, representado por quase 200 mil autos de infração. O Ministério Público, inclusive, recomendou esforços dos seus integrantes para efetivar a destruição de equipamentos utilizados nas atividades criminosas.
“Aprendendo, os Ministérios Públicos dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão se organizando para tomarem medidas de prevenção, em face do aumento da exploração insustentável das florestas, cerrado e pantanais e para as consequências dos incêndios ilegais à saúde, com aumento das ações de proteção dos animais silvestres”, afirmou.
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