O Ibama concluiu nos últimos fins de semana a devolução à natureza de 233 animais silvestres apreendidos em diversos estados do país, a maioria vítima do tráfico. A ação foi realizada com apoio logístico da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace). O retorno ao ambiente de origem, em veículos climatizados, ocorreu após reabilitação em Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto em cinco estados: Alagoas, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Retornaram à região nordeste, de onde foram retirados ilegalmente, 142 passeriformes: 79 papa-capins, 39 bicudos, 15 curiós, 6 pintassilgos-do-nordeste e 3 trinca-ferros; além de 19 papagaios-do-mangue, 20 jabutis-piranga, 2 maracanãs nobres e 50 periquitos-do-sertão. As solturas ocorreram em Pernambuco, com apoio técnico do Cetas do estado, e em Sergipe, numa área florestal de 2 mil hectares com fontes de alimento e água em abundância. Cadastrada no programa Áreas de Soltura de Animais Silvestres (Asas), a propriedade pertence a um grupo empresarial e dispõe de segurança e monitoramento, além de viveiro apropriado para adaptação das espécies ao novo ambiente.
Segundo Walber Feijó, analista ambiental que coordenou a operação, cerca de 200 animais são devolvidos semanalmente à natureza no Ceará. De janeiro a novembro deste ano, o CETAS do Ibama no estado recebeu 11 mil animais.
Técnicos do Instituto também promoveram a formação de grupos estáveis de macacos-prego (Sapajus libidinosos) para solturas monitoradas, que serão realizadas pelos Cetas CE e RN, em conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
As ações de transferência e soltura foram realizadas em seis dias. A preparação para o retorno à natureza, no entanto, teve início com a chegada de cada animal aos Cetas, onde a alimentação adequada e a recuperação física e psicológica foram imprescindíveis para o desenvolvimento das capacidades que permitem a sobrevivência no meio silvestre.
“Esse trabalho de conservação da fauna brasileira, que em muitos casos está ameaçada de extinção, só é possível com a devida articulação entre unidades do Ibama, órgãos estaduais e instituições de pesquisa voltadas para a conservação da biodiversidade. O retorno desses animais às suas áreas de origem é fundamental para garantir a renovação populacional”, disse o Walber Feijó.
Segundo o coordenador-geral de Gestão da Biodiversidade, Florestas e Recuperação Ambiental, João Pessoa Moreira, o Ibama vem reformando e equipando os Centros de Triagem para reforçar as ações de conservação da biodiversidade. “Em abril foi concluída a reforma do Cetas do Ceará e o de Sergipe será reinaugurado em 7 de dezembro. Também estão previstas obras para melhoria dos Centros de Triagem de Goiânia e do Distrito Federal”, afirmou o coordenador-geral.
Os espaços que recebem animais apreendidos começaram a ser construídos no início da década de 1970. Atualmente, há 24 Cetas do Ibama em funcionamento no país. Em 2017, foram devolvidos à natureza 34.764 animais.
Fonte: IBAMA
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