Brasil tem mais de mil espécies na lista de seres que correm risco de extinção.

 

Dados divulgados em janeiro que constam no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (2018) do Instituto Chico Mendes de Conservação do Meio Ambiente (ICMBio) mostram que nossa diversidade animal não vem sendo preservada apropriadamente e que o 14 de março em si serve mais de aviso de proteção do que data de comemoração.

O documento é referente à conservação de mais de 12 mil espécies e mostra que 1.173 estão ameaçadas de sumirem do mapa no Brasil. Se comparada com a versão anterior do estudo, de 2003, 546 espécies a mais foram acrescentadas à lista de animais em perigo. No entanto, 170 foram removidas da categoria. A pesquisa foi feita por 1.270 cientistas e rendeu sete volumes.

A Lista de Espécies em Extinção começou a ser elaborada no Brasil em 1968 pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Na época, mesmo que sem uma metodologia específica, um total de 44 animais foram declarados como ameaçados. O grau de ameaça aos animais evoluiu de modo significativo desde então.

Redução de vida

O Brasil é signatário da Convenção da Biodiversidade das Nações Unidas. Entretanto, segundo informações do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a redução de vertebrados selvagens – mamíferos, pássaros, peixes, répteis e anfíbios – foi de 89% no Caribe e América do Sul de 1970 até 2014.

Mundialmente, no mesmo período, a retração de vida animal foi de 60%. A grande causa de tamanha diminuição é a ação humana por meio de mineração, intensificação da urbanização, desmatamento, esgotamento do solo e, finalmente, ausência de conscientização.

Outro dado preocupante referente ao Brasil é a quantidade de animais abandonados. De acordo com um cálculo da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado em 2017, o país registrava aproximadamente 30 milhões de cães e gatos sem residência e cuidados. Mais um cenário de descaso com um dos maiores bens que a natureza tem a oferecer ao homem.

Origem da data

No dia 14 de março de 2012, o então deputado federal Eliseu Padilha apresentou o projeto de lei 3.676 para o Congresso Nacional que instituiu o Estatuto dos Animais. Desde então, diferentemente do Dia Mundial do Animal, celebrado em 4 de Outubro, mesma data do dia de São Francisco de Assis, o Brasil ganhou uma oportunidade para celebrar a extensa fauna que habita nosso território.

Divulgado em 2015 pelo Ministério do Meio Ambiente, o primeiro inventário das espécies locais foi realizado com o nome de “Catálogo Taxonômico da Fauna Brasileira” e estipulou a existência de mais de 116 mil tipos de animais no país, o que representa quase 10% de todos os bichos do planeta.