Parceria entre MPMG, IEF e IBAMA viabiliza projeto de gestão e conservação da fauna silvestre em Minas Gerais.

 

A parceria do Ministério Público de Minas Gerais(MPMG), por meio da Coordenadoria de Meio Ambiente das bacias dos rios Paranaíba e Baixo Rio Grande, com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) possibilitou a reativação de importante projeto voltado para a reabilitação e soltura de animais silvestres, provenientes de apreensão, recolhimento ou entrega voluntária. O projeto ASAS – Áreas de Soltura de Animais Silvestres busca cadastrar propriedades particulares de pessoas que queiram contribuir com a preservação da fauna e da flora nativas, onde são instaladas estruturas para receber, reabilitar e soltar animais silvestres da fauna brasileira.

 

Entre os anos de 2014 a 2016, o Projeto ASAS passou por grandes dificuldades, com a escassez de recursos e a falta de parceiros. O apoio do MPMG a partir de 2017 possibilitou a destinação de recursos de medidas compensatórias provenientes de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) para a construção de recintos de reabilitação em propriedades rurais, compra de alimentos, remédios, equipamentos e produtos hospitalares, gaiolas e transportadores, materiais para rastreamento e monitoramento dos animais em campo, além de viabilizar a realização de exames médicos veterinários. O Projeto ASAS ganhou o seu maior aliado e por este motivo, na região do Triângulo Mineiro, passou a ser chamado de Projeto AliASAS.

 

Dedicação especial

O projeto vem sendo desenvolvido em Minas Gerais prioritariamente com aves, envolvendo médicos veterinários, biólogos, engenheiros florestais e estudantes. Porém, na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, está sendo implantado também um projeto de reabilitação pioneiro no Brasil com tamanduás-bandeira. Diante do elevado número de filhotes de tamanduás órfãos após atropelamento de suas mães na região e na tentativa de evitar que a destinação destes filhotes seja o cativeiro, o Projeto AliASAS vem se dedicando a esta espécie de uma maneira especial.

 

A intenção do projeto é cuidar dos filhotes de tamanduás do aleitamento ao desmame, acompanhando seu crescimento e desenvolvendo, com o apoio de uma equipe multidisciplinar, um trabalho de reabilitação voltado para a possível reintrodução ao seu habitat no futuro. O projeto visa ainda conhecer melhor a espécie e divulgar informações para contribuir com o manejo e a conservação em outras regiões.

 

O processo de soltura de um animal silvestre deve ser feito em etapas, envolvendo um criterioso trabalho de reabilitação e monitoramento pós-soltura. Os animais silvestres são acompanhados no recinto pelo tratador e por armadilhas fotográficas. Médicos veterinários formulam a dieta, fazem as avaliações sanitárias e os treinamentos de voo, biólogos estudam as reações comportamentais. Enriquecimento ambiental e bem estar animal são fundamentais. A educação ambiental é uma forte aliada.

 

Graças ao apoio do MPMG, o Projeto AliASAS possui atualmente sete parceiros, nos municípios de Araguari, Uberlândia, Uberaba e Tupaciguara, com um total de treze recintos de reabilitação. É o início de um trabalho que, com muitos esforços, estudos e parcerias, contribuirá com a gestão e conservação da fauna silvestre em Minas Gerais.

 

Recinto de reabilitação de tamanduás na Fazenda Beira Rio

Recebimento do filhote de tamanduá-bandeira após atropelamento da mãe e resgate da Polícia Militar do Meio Ambiente

Tamanduá com um ano e cinco meses transferido para o recinto de reabilitação no parceiro Vinícius Rodrigues

Viveiro de reabilitação de aves no Retiro Águas Vivas, parceiro Marcos Casassanta

Treinamento de voo para fortalecer a musculatura e melhorar a condição de voo das aves

Adaptação dos papagaios ao recinto de reabilitação

Colheita de sangue em papagaios-do-mangue para realização dos exames sanitários que determinam se as aves estão aptas a soltura.

Monitoramento dos papagaios que foram soltos no Projeto AliASAS

Filhote de ouriço-cacheiro que perdeu a mãe em ataque de cão, aos cuidados do Projeto AliASAS