O projeto “Abrace o tamanduá” é uma iniciativa do Waita Instituto de Pesquisa e Conservação com apoio do IBAMA e IEF.

Surgiu em 2016, com o intuito de realizar a reintrodução à natureza de um tamanduá-mirim órfão, vítima de atropelamento, recebido pelo CETAS-BH e ajudará o Zeca e outros animais na mesma situação a retornarem à natureza.

O projeto abrange a construção de um viveiro de reabilitação, treinamento antipredação, treinamento alimentar, realização de exames clínicos, físicos e de sanidade do animal, adaptação de um aparelho GPS a um colete que será acoplado ao animal, elaboração de um software para o monitoramento do animal, saídas de campo para avaliação do local de soltura, soltura do animal, visitas ao local de soltura para monitoramento posterior e trocas de bateria do gps assim como a confecção de material de divulgação e vídeo pós soltura.

O projeto não tem data de termino definida, uma vez que compreende a recaptura do animal para realizar a troca da bateria do GPS, possibilitando assim a continuidade do monitoramento. Após a soltura do Zeca, o dinheiro arrecado e que não for utilizado no projeto Abrace o Tamanduá será utilizado para reabilitação, soltura e monitoramento de outros animais recebidos no CETAS.

Todos os anos milhares de animais são retirados da natureza, muitos são vítimas do tráfico de animais silvestres e alguns, como o Zeca, são vítimas de atropelamentos, consequência da perda de habitat. Para ser ter uma ideia de quão grave é essa situação, somente o  CETAS de Belo Horizonte recebe em média 10 mil animais silvestres todos os anos. Estes animais são identificados, triados, tratados, cuidados e aqueles que possuem condições são encaminhados para reabilitação para posterior soltura. Outros, que não possuem a mesma sorte e não conseguem voltar a natureza seja por um problema físico, de saúde ou comportamental, são encaminhados para cativeiros legalizados.

Os órgãos ambientais que atuam em Minas Gerais e o Waita acreditam na soltura como o destino primordial para estes animais, para que os mesmos retornem aos seus ciclos ecológicos e vivam de acordo com sua natureza.

Entretanto, a soltura de alguns animais constituem grande desafio para os gestores de fauna, por serem retirados da natureza muito filhotes e acabarem desenvolvendo comportamentos não condizentes com os que teriam em vida livre. Para poder voltar à natureza é necessário um extensivo e complexo trabalho de reabilitação, onde precisam aprender a reconhecer e encontrar seu próprio alimento e reconhecer, evitar e fugir de potenciais predadores, comportamentos essenciais para sua sobrevivência. O monitoramento pós soltura é essencial para que a equipe acompanhe todos os passos do animal em seu retorno à vida selvagem e avalie seu desenvolvimento e como está respondendo aos estímulos naturais.

É nessa parte que entra o projeto ABRACE O TAMANDUÁ. O WAITA irá desenvolver um estudo pioneiro em Minas Gerais de reabilitação, soltura e monitoramento de um tamanduá-mirim. O projeto é de suma importância para entender os processos ecológicos dos tamanduás-mirins e servirá como base teórica para solturas posteriores, tanto de tamanduás quanto para outros animais recebidos nos CETAS. Você pode nos ajudar a dar esse grande passo e ver o Zeca retornar para onde nunca deveria ter saído, dar a ele a chance de viver LIVRE, ir onde quiser e quem sabe, encontrar uma parceira e nos dar a grande alegria de ver seus filhotes crescendo livres!

O Waita é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, fundada em 2010, por profissionais que almejam melhorar o estado de conservação da biodiversidade brasileira. Biólogos, médicos veterinários, estudantes e voluntários de diversas áreas executam projetos de pesquisa e ações direcionadas, principalmente, para a conservação de espécies vítima do tráfico de animais silvestres. Desenvolvem projetos importantes para manejo e conservação de espécie que sofrem de maneira expressiva com o comercio ilegal, como o Projeto Voar – Reabilitação, soltura e monitoramento de papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva) e o Projeto Bicudos (Sporophila maximiliani): os primeiros passos para o retorno da espécie em MG. Atua no Centro de triagem de animais silvestres de Belo Horizonte em parceria com IEF e IBAMA/MG no árduo trabalho de devolver à natureza milhares de animais silvestres.

“Como um simples passeio nas costas da minha mãe pôde terminar em tragédia?!

No final de 2015 fui atropelado e resgatado em uma rodovia de Minas Gerais. Minha mãe não sobreviveu e eu me tornei órfão quando ainda era um bebezinho e tudo que eu conhecia do mundo era o cheirinho gostoso e os pelos macios da minha mãe.

Meu nome é Zeca e sou um tamanduá-mirim. Hoje vivo no Centro de triagem de animais silvestres (CETAS-BH) e conto com uma galerinha bacana para aprender tudo que eu preciso para voltar à natureza. A equipe do Waita, com apoio do IBAMA e IEF, desenvolveu um projeto para que eu possa retornar a minha casa. Assim, eles podem acompanhar meus primeiros passos de volta a mata, até que eu me torne independente. Mas para que isso se torne realidade, preciso mais do que a boa vontade dessa turma!  Preciso da SUA colaboração! ”

 

 

 

Clique aqui para ajudar o Projeto Abrace o Tamanduá

FONTE: WAITA