Estudo vai permitir saber qual espécie, faixa etária dos animais e locais de reprodução com finalidade de preservação ambiental, diz secretaria. Estimativa atual é de 20 jacarés.

 

Um serviço de censo populacional para saber quantos jacarés vivem na Lagoa da Pampulha, cartão-postal de Belo Horizonte, deve ser contratado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A presença dos animais gera curiosidade, e a intenção é saber quantos são, faixa etária, qual a espécie, locais de reprodução, interação com outras espécies e com o meio ambiente.

Uma abertura de licitação foi publicada no Diário Oficial do Município desta terça-feira (21). Será feito um pregão eletrônico para definir a melhor proposta no dia 11 de setembro.

Quando aparecem no banho de sol, os jacarés causam surpresa. Há também quem nunca tenha visto os animais. Com o censo, será feito um monitoramento e elaboração de relatório que permitirá conhecer melhor estes moradores da lagoa.

De acordo com o gerente de Defesa Animal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Leonardo Maciel, a estimativa é que hoje existam 20 jacarés. A contagem será feita por pesquisadores em barco.

“Vão ser feitas buscas de barco. De dia, circulando a lagoa com pesquisadores que vão contando, fotografando os animais e colocando a localização em GPS. À noite, também será feita uma vigília de barco com um farol em direção à margem para contar os reflexos dos olhos”, disse. A identificação pode ocorrer, por exemplo, por marcas na escama.

Maciel explica que pode ser feita mais de uma contagem por semana e, à medida, que o número começar a se repetir, vai se chegando a uma média. “Não é uma ciência exata, mas vamos ter um número muito aproximado, o suficiente para traçar política públicas”, afirma. A previsão é que o trabalho dure quatro meses.

De acordo com a secretaria, o que se sabe previamente é que a espécie provável é o jacaré-do-papo-amarelo, que não oferece risco a humanos, mede em torno de dois metros e se alimenta de peixes, pequenas aves e tartarugas. O estudo trará respostas a perguntas como se há superpopulação e se é seguro praticar esportes náuticos.

Em março de 2017, a prefeitura anunciou que a qualidade da água já permitia a prática de esportes náuticos. Contudo, a despoluição da Lagoa da Pampulha, cercada por um conjunto arquitetônico, é um dos desafios da gestão municipal e, atualmente, o tratamento da água está paralisado.

O órgão da prefeitura diz que, inicialmente, não há necessidade ou intenção de retirar os jacarés. Mas, se houver um excesso populacional, será proposto um plano de controle reprodutivo. Outra questão a ser avaliada é se há problemas de endogamia, ou seja, acasalamento entre parentes próximos com risco de problemas genéticos.

A secretaria ressaltou que o censo pretende obter um diagnóstico com fins de preservação ambiental e cuidados com animais e pessoas.

Cena curiosa costuma chamar atenção de quem passa pela Lagoa da Pampulha (Foto: Eugenio Moraes/Hoje em dia/AE)
(Foto: Eugenio Moraes/Hoje em dia/AE)
Fonte: G1