Nessa segunda-feira (22/2), uma pesquisa com a participação do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG), detectou a presença da COVID-19 em um cachorro que convive com uma família em Belo Horizonte. Este é o primeiro caso da doença em um animal na capital mineira.
A informação foi divulgada pelo coordenador do projeto na capital mineira, David Soeiro, professor pesquisador do Laboratório de Epidemiologia e Controle de Doenças Infecciosas e Parasitárias do ICB. Nesta terça-feira (23/2), ele informou que não há comprovação científica da transmissão de coronavirus de cães e gatos para pessoas. Sociedades protetoras e ONGs a favor do direito dos animais se preocuparam com o bem-estar dos animais contaminados, já que muitos tutores podem abandonar ou ferir um animal quando descobrem algum tipo de doença.
Segundo David, cães e gatos se infectam no ambiente doméstico, no contato com as pessoas que estão com coronavírus. Ele frisou: “Mas esses animais não transmitem para as pessoas. Eles geralmente são assintomáticos”, pontuou. Sendo assim, o professor orientou que quem tiver testado positivo para coronavírus a manter distância também dos animais.
Adriana Araújo, coordenadora do Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA), reforçou as recomendações do professor. “É muito importante as pessoas tratarem esse assunto com responsabilidade, tendo clareza de que não há comprovação científica da transmissão do coronavírus de cães e gatos para humanos”, disse.
Animal infectado em BH
De acordo com o ICB, o cachorro, da raça boxer, convive com uma família que registrou casos de coronavírus. O caso foi descoberto por meio de uma pesquisa em nível nacional que, em Belo Horizonte, tem participação do Laboratório de Virologia Molecular, coordenado pelo professor Renato Santana de Aguiar, que também faz a testagem em animais.
No Brasil, são 11 casos confirmados de COVID-19 em animais: além do cachorro em Belo Horizonte, um gato (Cuiabá), quatro cães e um gato (Curitiba), dois gatos (Região Metropolitana do Recife) e um cão e um gato (Campo Grande) tiveram o Sars-CoV-2 identificados no organismo.
Todos os casos foram notificados aos órgãos oficiais, como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Organização Mundial de Saúde Animal. A pesquisa abrange animais cujos tutores estejam em isolamento domiciliar e que tiveram resultados positivos para COVID-19 ou da resposta imunológica apenas por IgM (caracterizando doença ativa), até sete dias da data do diagnóstico. Os proprietários também precisam morar em Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Recife, São Paulo ou Cuiabá. O projeto ainda está aceitando voluntários.
Caso algum proprietário se interesse em participar e atenda aos requisitos citados na matéria, pode entrar em contato com os pesquisadores pelo e-mail covidufmg@gmail.com. (Com informações de Matheus Adler)
O que é o coronavírus?
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Fonte: Estado de Minas
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