Pesquisa aponta que o risco de morte entre pessoas com doença cardíaca é até quatro vezes menor quando se convive com um bichinho. Psicóloga usa animais em terapia.
Em tempos de isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19, os animais de estimação ganharam mais destaque nas famílias. Com mais tempo em casa, a interação é ainda maior. Eles são usados até no tratamento psicológico de adultos e crianças. A ciência já comprovou que o contato com eles ativa o sistema límbico que é responsável pelas emoções
Existe até uma abordagem terapêutica que conta com a ajuda dos pets. “O animal é parte do tratamento do paciente. Então, ele é inserido em todo o contexto de atendimento. Por exemplo, o atendimento de uma criança que precisa trabalhar o controle de ansiedade, eu vou usar o animal como um modelo, uma referência para modelar o comportamento da criança”, explica a psicóloga especializada em terapia assistida por animais, Karen Thomsen Correa.
A instrumentista Vanderleia de Souza tem as gatinhas Kiara e Mel e as cachorras Pandora e Tukinha. No ano passado, passou por duas grandes mudanças. Primeiro perdeu o pai, depois resolveu abrir o próprio negocio. Tudo isso mexeu muito com ela.
“Eu passei por uma crise de ansiedade. A gente sempre acha que é frescura alheia. Só que não é, é uma coisa que você não tem controle. O coração acelera. Eu perdi o sono e os animais ajudam fazendo companhia. Eu lembro que eu saía do meu quarto, deitava na sala e os meus gatos deitavam comigo. E o ronronar delas me acalmava, então eu conseguia dormir o restante da noite de uma maneira mais tranquila. A gente vê assim o quanto eles são companheiros, o quanto eles são importantes na vida da gente. Eu acho que foram peças fundamentais para a minha melhora.”
Durante a pandemia, a psicóloga Karen tem trabalhado a terapia assistida por animais com as filhas. Todo mundo participa. Até o Babo – o jabuti da família – ajuda no processo. “Eu tenho usado muito os animais que trabalham comigo no consultório com as minhas filhas que têm sentido muito esse isolamento.”
Ter um pet em casa pode representar uma excelente oportunidade de viver mais e melhor. Um estudo divulgado pela Associação Americana do Coração mostrou que ter um animal de estimação em casa, sobretudo um cachorro, ajuda a afastar problemas cardiovasculares.
A pesquisa destaca que o risco de morte entre pessoas com doença cardíaca é até quatro vezes menor quando se convive com um bichinho. Os motivos seriam aumento na carga de atividade física, melhora na reação do organismo ao estresse, redução da pressão arterial e diminuição nos níveis de colesterol.
“A gente pode pensar em crianças, idosos e até adultos, adolescentes também. Desenvolver o senso de responsabilidade. Eu tiro a atenção, o foco de mim, porque eu tenho que despender um cuidado com outro serzinho. E nesse momento que gente vive em isolamento precisa pensar nas interações sociais. É ter um outro ser para ter cuidado, alimentar, para dar água”, destaca a psicóloga especializada em terapia assistida por animais, Karen Thomsen Correa
A Prefeitura de Suzano promove a campanha “Baby, me leva” que incentiva a adoção de cães e gatos. No total estão disponíveis para adoção 102 animais. A ação teve início em fevereiro e tem objetivo de incentivar a adoção de filhotes e adultos.
“A procura por adoção na pandemia aumentou bastante. Ano passado nós praticamente não tivemos adoção, mas este ano, de fevereiro para cá, quando começamos o programa ‘Baby, me leva’ foram 40 animais, isso dá uma média de um animal a cada dois dias”, afirma André Chiang, secretário de Meio Ambiente de Suzano.
Chiang diz ainda que toda adoção é acompanhada pela administração municipal, que também investe em um programa de castração dos animais. “A Prefeitura de Suzano de 2017 para cá realizou mais de 3 mil castrações e dessa forma a gente pretende ter o controle animal. Os animais que estão sob a guarda da Prefeitura também passam por consulta e exame.”
Fonte: G1
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