Neguinha, Magal, Lobinho e Marronzinho são alguns dos inquilinos que abrigam o condomínio comunitário de pets de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo. No total, são 19 casinhas em PVC instaladas há cerca de três meses na parte externa gramada do Terminal de Ônibus – Oeste da cidade.
Ali, os cães abandonados a procura de um lar definitivo dormem e se alimentam, diariamente, com ração especialmente preparada aos hóspedes. Graças a parceria de uma ONG e uma empresa de ônibus locais, além de uma série de pessoas defensoras da causa animal.
Tudo teve início com a diarista Dilma de Almeida Senhorini, 51 anos, que largou no último semestre o curso de Letras para se dedicar ao resgate dos cães e gatos abandonados nas ruas da cidade onde mora há uma década.
Ela realiza trabalho voluntário há algum tempo pelas ruas de Francisco Morato. Assim que chega à noite, sai com seu carrinho carregado com um balde de ração, entre 10 e 12 quilos, para alimentar os pets, além de água potável.
“Junto à ração, coloco carne e fígado, além de legumes, como beterraba e cenoura, e uma verdura, tipo couve, para melhorar a alimentação. Cozinho em uma panela de cinco litros e ainda tiro toda a gordura. Levo em torno de duas horas no preparo”, conta a protetora, que abriga em sua casa 11 gatos, a maioria vítima de maus-tratos.
Por mês, são cerca de 360 quilos de ração distribuídos aos cães, principalmente aos que ficam concentrados na região do terminal de ônibus. “Eles me aguardam todos os dias. Não deixo eles dormirem de barriguinha vazia. Vou no horário que não tem plateia. Faço por amor”, afirma. As rações, carnes, legumes e verduras são frutos de doações.
Antes das moradias de PVC, Dilma havia confeccionado 12 casinhas de papelão, devidamente forradas com sacos de ração. Cada uma trazia a foto de um pet. No entanto, quando da inauguração recente da nova estação ferroviária da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que fica nas proximidades do terminal de ônibus, as casinhas foram parar em córrego próximo. “Fiquei muito triste e fiz um vídeo, que viralizou em três dias com 35 mil visualizações no Facebook”, afirma Dilma.
Ele conta que antes da iniciativa do bem, os cães abandonados dormiam amontoados, diretamente no chão. “Os passageiros também tinham dificuldades na locomoção. Agora, com as casinhas, a situação ficou bem melhor para todos, principalmente para os pets”, diz Silva, dono do vira-lata Bino, 3 anos.
FONTE: Folha de São Paulo
Deixar um comentário