O biólogo lembrou que vírus e pandemias podem surgir em toda parte, já que “o mundo ocidental inteiro aprisiona, explora e mata animais por motivos absurdos”

 

O biólogo Frank Alarcón fez um alerta, através do vídeo “COVID-19: Uma zoonose anunciada”, publicado no YouTube (confira abaixo), sobre a relação entre a doença e a exploração dos animais.

No vídeo, Alarcón aborda os três coronavírus que surgiram, provocando doenças em humanos, nas últimas décadas. O biólogo lembra que essas doenças afetam os humanos por conta do contato próximo entre eles e os animais.

O contágio, no entanto, não se dá apenas por conta da exploração imposta às espécies silvestres. Alarcón reforça que há doenças que contaminam os humanos devido à exploração de animais domesticados e cita como exemplo a gripe aviária, que atinge frangos e pessoas.

“Uma nova zoonose surge quando um patógeno para uma especie definida encontra condições biológicas perfeitas para saltar até uma outra espécie. Neste novo hospedeiro, o patógeno poderá encontrar um ambiente bioquímico ótimo que lhe permitirá invadir e utilizar-se das engrenagens moleculares das células infectadas”, explica o biólogo.

O contágio, lembra ele, pode acontecer por conta de práticas que colocam “em contato íntimo e profundo animais humanos e animais não humanos”, como a agropecuária.

“Pratos que se utilizem de carne e derivados animais in natura ou semicozidos são excelente porta de entrada para uma zoonose”, afirma. “A emergência de zoonoses como a Covid-19 têm forte relação com a exploração e o consumo de animais e seus derivados, além do imenso impacto ambiental que provocamos sobre ecossistemas do planeta terra”, completa.

“A criação de animais para qualquer fim cria condições artificiais muito propícias para imenso estresse fisiológico e psíquico de animais aglomerados e confinados, grande insalubridade dos trabalhadores que manuseiam esses animais, favorecimento de contato íntimo e profundo de animais aprisionados a organismos que eles jamais encontrariam em circunstâncias naturais. Nos mercados, nas fazendas, nos frigoríficos, tanques, aquários, zoológicos, exposições, animais são reunidos e apinhados em grande número. Todos esses animais encontram-se estressados, doentes, morrendo ou já mortos, sendo muitas vezes misturados indiscriminadamente”, explica.

O biólogo lembra ainda que os funcionários que trabalham nos matadouros recebem treinamento deficitário e em condições com higiene básica, muitas vezes comendo e até dormindo no local onde os animais são mortos. “Nessas circunstancias, patógenos encontram condições perfeitas para conhecerem novos potenciais hospedeiros”, diz.

O risco do surgimento de novos vírus e pandemias, no entanto, não se restringe à China, onde surgiu a Covid-19, já que “o mundo ocidental inteiro aprisiona, explora e mata animais por motivos absurdos”.

Confira os argumentos do biólogo na íntegra no vídeo abaixo:

 

 

Fonte: ANDA