Segundo levantamento feito pelo governo, cerca de três mil animais que estavam em casas e apartamentos foram entregues em 2019.

 

Uma campanha feita pelo governo de Pernambuco, em 2019, resultou na entrega espontânea de cerca de três animais silvestres que estavam em cativeiro, em casas e apartamentos. São aves, jabutis e iguanas, além de bichos ameaçados de extinção, como o pássaro pintor-verdadeiro.

Os animais foram levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas/Tangará), na Zona Norte do Recife. Lá, as aves recebem alimentação especial e ficam em viveiros maiores. Assim, podem reaprender a voar e a conviver em grupos.

Os principais alvos de tráfico de bichos são os papagaios. A inteligência dos animais e a exuberância despertam o interesse das pessoas que levam essas aves para viver em gaiolas.

De acordo com os responsáveis pelo programa, a readaptação dos bichos dura mais de um ano. Depois disso, eles serão levados de volta para a natureza. Eles formarão casais e poderão reproduzir.

Segundo o biólogo Yuri Valença, coordenador do Cetas, criar um bicho em cativeiro provoca perdas para o meio ambiente.

“Em cativeiro, ele vira um animal nulo para natureza. No caso de um papagaio que agente cria, ele deixa de de devolver descendentes. São cerca de 900. Imagina se cada casa tem um papagaio? Faz falta na natureza”, afirma.

Para quem entregou o bicho para o Cetas, a campanha mostrou que o caminho é evitar o cativeiro. Ângela levou o papagaio Tande para o centro de triagem.

Para ela, depois de 20 anos, ele teve a chance de viver em liberdade. “Entendi que, por mais que eu fizesse por ele, o bicho não estava bem . Não estava feliz”, declarou.

Maria das Neves também contribuiu com a campanha. Ela entregou um papagaio, criado por 25 anos. Com este ato, ela descobriu que Frederico, na verdade, era uma fêmea.

“Foi uma surpresa para mim. Nunca imaginei. Tinha ele como Fred e não sabia que era uma fêmea”, comentou.

Crime

Comprar animais silvestres é crime ambiental. Quem devolve espontaneamente para a natureza, no entanto, fica livre de punição, que prevê prisão de seis meses a um ano, além de multa de até R$ 5 mil por cada bicho.

Fonte: G1