O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) realiza hoje, 1º de dezembro, seminário para discutir o uso de veículos de tração animal em áreas urbanas. O evento é promovido pelo Grupo Especial de Defesa da Fauna (Gedef), que auxilia os promotores de Justiça na defesa dos animais silvestres e domésticos. O objetivo da conferência é debater os desafios e possíveis soluções para a questão do uso de equinos de tração nas cidades.

Para abrir o encontro, estiveram presentes a promotora de Justiça Luciana Imaculada, que coordena o Gedef, o procurador de Justiça Antônio de Padova, o deputado estadual Noraldino Junior e o médico veterinário Leonardo Maciel, da Secretaria Municipal Meio Ambiente. Luciana explicou que o uso dos animais de tração nas cidades mineiras é um contexto muito característico, dada a cultura local. “O encontro se propõe a conhecer e analisar a situação, dando início à construção de um novo modelo de atuação baseado nas especificidades do problema”, ressaltou.

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A promotora de Justiça destacou que as pessoas que fazem uso dos cavalos em veículos de tração nas cidades são, em sua maioria, de baixa condição socioeconômica. “Eles não têm sequer condições de prover seu próprio sustento, o que explica a dificuldade que possuem para assegurar cuidados médicos veterinários, alimentação e abrigo adequado para os equinos”, disse. Para ela, é vital a articulação entre órgãos públicos, sociedade civil e meio acadêmico, a fim de evoluir conceitualmente na discussão sobre os direitos dos animais e criar medidas eficazes para solucionar o problema.

O professor da Universidade de São Paulo (USP) Adroaldo Zanella iniciou as discussões com uma palestra sobre o bem-estar animal. Adroaldo abordou as necessidades biológicas dos equinos, apontando que, além do acesso a água e alimentos, a interação social e um ambiente com previsibilidade e controle são de extrema importância para que os animais tenham uma melhor qualidade de vida.

Ao longo do dia, serão realizadas diversas outras palestras sobre o tema. Serão abordados assuntos como a cognição equina, a retirada dos animais das áreas urbanas, questões administrativas e civis, adoção de políticas públicas por municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, entre outros.