Quando pensamos em um cão, vemos aquela imagem do animal companheiro, brincalhão e totalmente peralta. Além de transbordar vida e amor para todos, eles podem fazer diversas coisas sensacionais. Entre elas, ser um ótimo cão-guia.

A forma como os cães-guia surgiram perdeu-se no tempo. Porém, a primeira real tentativa de se treinar um cão para guiar deficientes visuais, data de mais ou menos 1780, em Paris. Nessa mesma época, Josef Riesinger, um cidadão de Viena, treinou tão bem seu cão que as pessoas duvidavam com frequência de sua cegueira.

A história moderna dos cães-guia se inicia durante a 1ª Guerra Mundial, quando milhares de soldados voltaram cegos da batalha. Um músico alemão teve a ideia de treinar um grande número de cães para auxiliar estes soldados. A partir de então, várias escolas foram criadas e até hoje trabalham em prol de deficientes visuais pelo mundo todo.

Em quase todos os países a presença dos cães-guia é aceita em locais públicos. Eles estão totalmente habilitados a ir a qualquer lugar com seus utilizadores. Para isso, com o treinamento adequado, os cães-guia devem saber:

 

    • Se manter em uma rota direta, ignorando qualquer tipo de distração, como outros animais, pessoas e odores;
    • Manter sempre um passo firme, à esquerda e um pouco à frente do seu acompanhante. Desta forma, não há conflitos ao andar;
    • Parar em todos os meio-fios até receber ordem para prosseguir;
    • Virar para todos os lados, quando ordenado;
    • Reconhecer e evitar obstáculos;
    • Parar no pé e topo de escadas;
    • Levar seu acompanhante aos botões do elevador;
    • Deitar em silêncio quando o acompanhante estiver sentado;
    • Ajudar o acompanhante a subir e movimentar-se em qualquer transporte público.

Um cão-guia é treinado durante um a dois anos, a começar aos dois meses de vida. São selecionados os cães mais sociáveis, saudáveis e inteligentes.

Além dessas qualidades, um cão-guia deve ter a percepção para desobedecer qualquer comando que coloque o acompanhante em perigo. Esta habilidade é chamada de desobediência seletiva. Sem dúvida, este é o aspecto mais interessante sobre os cães-guia, pois conseguem equilibrar obediência com sua própria avaliação da situação.

Esta capacidade é extremamente importante em faixa de pedestres. Quando alcança o meio-fio, o cão pára, sinalizando ao acompanhante que ele chegou à faixa de pedestres. Os cães não podem distinguir as cores do semáforo, portanto o acompanhante deve tomar a decisão de quando é seguro atravessar a rua. O acompanhante escuta o fluxo de trânsito para deduzir quando o sinal mudou e dá o comando para “seguir”. Se não há perigo, o cão atravessa a rua em uma linha reta. Se há carros se aproximando, o cão espera até o perigo passar e depois segue o comando para prosseguir.

Com a experiência, um cão-guia é até capaz de conhecer os destinos habituais de seu dono. Tudo o que o acompanhante tem que dizer é “vá para o escritório” ou “vá para o correio”, que ele seguirá a rota completa.

Portanto,  vamos parabenizar todos esses cães e treinadores que proporcionam na vida dos deficientes visuais uma grande melhoria. Eles são exemplos de pura gentileza no nosso cotidiano.

 

Fonte: Trânsito mais gentil