Jabuti Dora, de 30 anos, que perdeu 90% da carapaça num incêndio num canavial, ganhou uma prótese sob medida feita numa impressora 3D.
Em Pernambuco, profissionais de várias áreas se uniram para melhorar a vida de animais mutilados. Com tecnologia de impressão 3D, eles até criaram um casco artificial para um jabuti.
A Dora ganhou um casco novinho em folha: colorido e cheio de estilo para uma senhora jabuti de 30 anos de vida. Ela perdeu 90% da carapaça num incêndio num canavial. Foi um ano de sofrimento antes da transformação.
“A carapaça serve como proteção. Proteção para predador, proteção para arranhões, e também para manter a temperatura deles”, afirma Maria Cristina de Oliveira Cardoso Coelho, veterinária e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
A solução veio em forma de inovação com uma prótese feita numa impressora 3D. Além da tecnologia, a solidariedade também foi importante nesse esforço para dar uma qualidade de vida melhor pra Dora. Doze profissionais se juntaram e trouxeram as suas diferentes habilidades para criar um novo casco para a jabuti e trazer esperança para tantos animais mutilados.
“A gente iniciou mapeando todo casco, a gente fez foto 360º e a tomografia para a gente saber a espessura, para a gente moldar o casco dela todo e para iniciar o processo da prótese”, explica Thabata Morales, doutoranda em medicina veterinária da UFRPE.
Foram 50 horas na impressora 3D para fazer a carapaça sob medida. Trabalho do designer Eduardo Sales, que se juntou à turma de apaixonados por animais: “Durou mais ou menos uns três meses para sair a prótese definitiva”.
O acabamento ficou por conta da artista plástica Nani Azevedo, que dedicou um mês de trabalho para pintar cada traço da carapaça: “Como o jabuti ele vai voltar a levar chuva, a sofrer essas ações do tempo, eu precisava saber como dar o acabamento para a tinta não perder “.
Tem ainda uma espuma por dentro para não machucar a jabuti. O novo casco pesa 700 gramas, é encaixado e parafusado. “A nossa missão é essa mesma, é minimizar o sofrimento desses animais que eles são maltratados e perdem o seu habitat natural por conta, infelizmente, do homem”, acredita Maria Cristina.
Um carcará e dois jabutis estão na fila por uma prótese. A Dora, faceira, testou e aprovou.
“É alegria total, né? Alegria total. É você ver que, juntando uma equipe boa, você consegue fazer coisas maravilhosas!”, comemora Eduardo
Fonte: G1
Deixar um comentário