Seminário debate proteção da biodiversidade e combate ao tráfico de animais silvestres. Exposição reúne fotos de animais sobreviventes.

 

A Coordenadoria de Defesa da Fauna – CEDEF promoveu, em 30 de novembro, na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, o VI Seminário do Ministério Público de Proteção à Fauna. Com o tema de Proteção da Biodiversidade e Estratégia de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, o evento contou com a participação de especialistas e representantes de entidades de defesa dos animais e da sociedade. Dentre os comércios ilegais, o tráfico de animais silvestres consiste na terceira atividade mais rentável do mundo, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e armas.

Além de palestras sobre o enfrentamento ao tráfico e os impactos ambientais causados por essa prática, o seminário teve em sua programação apresentações artísticas e a mostra fotográfica “O que eles têm na alma? Testemunhos do tráfico”. As imagens capturadas pela médica e fotógrafa Marilene Cardoso retratam animais silvestres sobreviventes do tráfico e revelam a crueldade a que são submetidos.

“A proposta do seminário ao apresentar essa mostra foi ir além do combate a esta prática. Foi trazer um novo olhar sobre o animal, foi instigar, por meio de casos concretos, a percepção deles como vítimas de maus tratos que mutilam e deixam sequelas tão graves que impedem a reintegração ao habitat natural”, explica a promotora de Justiça Luciana Imaculada de Paula, coordenadora da CEDEF .

A palestra de encerramento destacou a atuação da entidade Asas e Amigos da Serra no acolhimento de animais silvestres vítimas do tráfico. Desde 2001, a Asas e Amigos realiza o trabalho de resgate, tratamento e alojamento de animais silvestres e domésticos oriundos do tráfico e de maus tratos. Hoje, são abrigados cerca de 530 animais que foram mutilados e ficaram com algum tipo de deficiência física irreversível e não possuem mais condições de retornar a natureza e sobreviverem sozinhos. Aqueles animais que após todo o tratamento se recuperam totalmente são devolvidos à natureza com o objetivo de manter e preservar o equilíbrio ambiental.

Como registro dos apontamentos tratados ao longo do Seminário, os membros do Ministério Público e demais participantes do evento aprovaram a “Carta de Belo Horizonte – 2018”, que traz conclusões e recomendações sobre formas de enfrentamento do tráfico e de proteção da fauna silvestre.

Veja aqui a Carta de Belo-Horizonte

Confira aqui as fotos da mostra “O que eles têm na alma? Testemunhos do tráfico”.