Quem for flagrado abandonado um animal no parque, que fica no Centro de BH, será detido e levado a uma delegacia. Animais futuramente receberão atendimento veterinário e ficarão disponíveis para adoção

 

Guardas Municipais que atuam no Parque Municipal Américo Renné Gianneti, no Centro de Belo Horizonte, estão recebendo treinamento para evitar o abandono de animais na área verde. A primeira turma participou da qualificação nessa segunda-feira e a próxima irá na semana que vem. Quem for flagrado deixando gatos, cães ou outras espécies no parque será detido e levado à Polícia Civil por crime ambiental.
A ação conjunta é realizada pelas secretarias Municipal de Meio Ambiente, Municipal de Segurança e Prevenção, além da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZ) e Polícia Civil. “O Ministério Público demandou da prefeitura que fizesse um plano de manejo no Parque Municipal e estabelecemos dentre as ações um policiamento contra o abandono de gatos”, esclarece o gerente de Defesa dos Animais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Leonardo Maciel. “O pessoal tem a cultura que é um paraíso para os gatos, mas tem agressões, ataques de outros animais, doenças, atropelamentos nas vias do entorno. É crime e causa prejuízo aos animais”, explica.
Maciel estima que a população de gatos vivendo no Parque Municipal de Belo Horizonte é de 250 a 300 felinos. Nas últimas semanas, alguns animais morreram vítimas do ataque de cães (errantes ou os que acompanham moradores de rua).
Os registros de abandono de animais serão encaminhados à Delegacia Especializada  em Investigação de Crimes contra a Fauna. “Nas próximas semanas, a prefeitura vai licitar empresas, clínicas ou ongs para fazer o tratamento desses gatos. Uma vai tratar os gatos e a outra vai promover a adoção desses animais. Haverá castração, implantação de microchip, exame de sangue. E se não forem adotados, vão voltar para o parque”, informou Leonardo Maciel. “A gente não pretende a retirada maciça da colônia, mas administração e manejo.  Vamos tentar estabelecer um marco zero para que façamos esforços para que a colônia não aumente por reprodução e abandono. A maioria esmagadora, praticamente todos, não estão ali porque nasceram lá. Os que nascem lá é porque é grande o abandono de gestantes e filhotes”, explicou o gerente de Defesa dos Animais.
Ele ainda lembra da esporotricose, causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que geralmente vive no solo, restos de vegetais e madeira. A doença causa um tipo de micose na pele humana e pode ser transmitida pelo contato com farpas, espinhos ou animais contaminados. No caso do gato, uma pessoa pode contrair por meio de um arranhão, mordida ou contato com ferimento. Maciel enfatiza que não há registro do fungo no Parque Municipal, que os gatos não estão contaminados, e por isso é importante realizar um trabalho de prevenção para proteger animais e humanos. “É do ambiente, o gato não gera esse fungo. A gente tem cuidado para não demonizar o gato. É uma doença que tem cura tanto para o gato quanto o ser humano. No Rio de Janeiro há mais de 5 mil pessoas em tratamento”, contou.
Segundo a prefeitura, em 2016, houve um surto de esporotricose na Região do Barreiro. O problema motivou uma série de ações das secretarias de Saúde, Meio Ambiente, com apoio da UFMG, para conter o surto, inclusive diagnosticando animais nas casas dos moradores, conforme Maciel.
Ainda segundo ele, as ações da Guarda Municipal para evitar o abandono dos animais podem ser adotadas, futuramente, em outras regionais. “A gente tem a intenção de promover o monitoramento em outros parques. Dos mais de 70 parques da cidade, 11 estão com colônias de gatos. Vamos fazer esse projeto piloto no Parque Municipal e buscar recursos para que ocorra nos outros parques da cidade. Em outros locais da cidade já existe um planejamento específico para o cuidado com os animais”, detalha.
Fonte: Em.com.br