Hoje o Grupo CRM, dono das marcas Kopenhagen e Chocolate Brasil Cacau, anunciaram no site oficial da Kopenhagen que, a partir de 2025, 100% dos ovos e seus derivados de sua cadeia de suprimentos serão originados de aves criadas livres de gaiolas. O engajamento é resultado de diálogo com o Fórum Animal.

Em seu anúncio, o Grupo CRM afirma: “… a fim de reforçar a sua responsabilidade de melhorias com o meio ambiente e as práticas de tratamento aos animais, (o Grupo CRM) informa que utilizará apenas ovos e seus derivados de granjas certificadas, com galinhas poedeiras e criadas sem gaiolas. (…) O Grupo CRM também (…) reitera seu compromisso em oferecer produtos únicos e de qualidade aos seus consumidores e parceiros”. Clique aqui para acessar o anúncio da empresa.

“O Grupo CRM detém duas das maiores redes de chocolateria do Brasil, o que implica no uso de ovos de milhares de aves. Desse modo, sua política livre de gaiolas é muito significativa, e servirá de exemplo para o setor, na busca de novos compromissos da indústria”, declara Dra. Patrycia Sato, coordenadora de bem-estar animal do Fórum Animal.

Além do Grupo CRM, o Grupo Bimbo, a Bauducco, a Wickbold, Ofner, Amor aos Pedaços, Brunella e Nestlé já adotaram políticas de eliminar o uso de ovos produzidos por galinhas engaioladas em seus produtos. No setor de maioneses, também anunciaram esse compromisso a Unilever (Hellmann’s e Arisco), Cargill (Liza e Maria), Bunge (Primor, Soya e Salada), Hemmer, Kraft Heinz (Heinz e Quero) e Vigor (Vigor e Mesa); assim como a Barilla, McDonald’s, Subway, Burger King, Habib’s, Bob’s, Viena, Frango Assado, Spoletto, Domino’s Pizza, Giraffa’s, BRF, JBS, Divino Fogão, Griletto, Montana Grill, Croasonho, Starbucks, Casa do Pão de Queijo, Rei do Mate, Megamatte, Fran’s Café, J Macêdo, Aurora, entre outros.

Mais de 90% das cerca de 100 milhões de galinhas usadas na produção industrial de ovos no Brasil passam suas vidas inteiras enclausuradas em gaiolas. No chamado sistema de gaiolas em bateria, as aves vivem tão apertadas que não podem sequer se virar ou abrir as asas. Cada gaiola confina de 5 a 10 animais juntos e fornece um espaço menor do que uma folha de papel A4 para cada ave. O uso de gaiolas em bateria convencionais já foi proibido em todos os países membros da União Europeia, Butão e Suíça. Outros países, como Nova Zelândia, Canadá e em sete estados norte-americanos já legislaram sobre o tema. Na Índia, terceiro maior produtor mundial de ovos, a maioria dos estados declarou que o uso de gaiolas em bateria viola a legislação federal anti-crueldade animal e o país, assim como a Austrália, discute uma proibição nacional.

Em sistemas livres de gaiolas (cage-free em inglês), ao invés de viverem em gaiolas apertadas, as galinhas vivem em galpões – com ou sem acesso a áreas externas para pastorear. Nesses sistemas, elas podem realizar diversos comportamentos naturais que são importantes para o bem-estar da espécie como caminhar, ciscar, botar ovos em ninhos, tomar banhos de areia e empoleirar-se.

 

Fonte: Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal