Apesar das imagens de golfinhos de aparência feliz e crianças sorrindo que você, provavelmente, já viu, não se deixe enganar. Golfinhos que vivem em cativeiro estão sofrendo silenciosamente para entreter de pessoas. Se você está planejando nadar com golfinhos nas férias, aqui vão cinco razões pelas quais você deve reconsiderar:
1. Os golfinhos não estão sorrindo. É apenas o formato de seu rosto.
Os golfinhos podem parecer felizes para nós, mas seus “sorrisos” são ilusões. Quando os humanos sorriem, sinalizamos felicidade, contentamento e alegria uns com os outros. Mas o sorriso de um golfinho não é uma expressão de alegria – é simplesmente uma forma anatômica. Já que eles sempre parecem felizes para nós, a indústria do entretenimento se aproveita essa interpretação errônea para encobrir sua crueldade. A verdade é que os golfinhos sorriem mesmo quando estão mortos.
O entretenimento dos golfinhos força essas criaturas curiosas a viverem presos e a exibirem comportamentos nada naturais, como “acenar”, “andar com o rabo” e “falar”, usando a privação de comida para isso. Uma combinação entre interação física constante com humanos, multidões barulhentas, música alta e tanques de concreto que afetam sua ecolocalização, faz com que os golfinhos em cativeiro vivam sob uma quantidade incrível de estresse. Esse estresse os leva a flutuar sem motivação, nadar em círculos e roer as paredes de concreto ou portões de seus tanques.
Não se deixe enganar por seus sorrisos. Os golfinhos não ficam felizes por entreter pessoas.
2. Uma vida em cativeiro não é vida.
Para um golfinho selvagem, que pode nadar até 60 quilômetros por dia, qualquer instalação em cativeiro, tanque ou recinto é muito pequena. Os tanques em que estão confinados são centenas de milhares de vezes menores do que seu habitat natural.
Esse espaço não é apenas desconfortável, mas também prejudicial. Nos dias mais quentes, os golfinhos não conseguem nadar para águas mais profundas e frias para escapar do calor, e os raios solares podem causar bolhas em sua pele sensível.
3. Nadar com golfinhos não é seguro para sua família – nem para os golfinhos.
Novamente, não se deixe enganar por seus sorrisos – os golfinhos são animais selvagens. Você nem sonharia em colocar seus filhos em uma gaiola com um leão ou tigre. Apesar do que se pode pensar, os golfinhos são grandes predadores, capazes até de matar tubarões, e devem ser tratados como tal.
Eles podem ser agressivos com as pessoas, outros golfinhos ou até mesmo machucar a si mesmos. Apesar da maioria dos golfinhos nos Estados Unidos ser criada em cativeiro, isso não faz deles animais domesticados. Já foram relatados casos de pessoas sendo puxadas para o fundo da água, tendo seus ossos quebrados por mordidas e sofrendo escoriações na pele e outros ferimentos durante interações de contato direto com golfinhos. Esses casos ocorrem com mais frequência do que é relatado ou amplamente conhecido. Uma prova disso é isenção de responsabilidade do Discovery Cove do SeaWorld, que diz:
“Você está concordando em permitir que seu filho menor de idade se envolva em uma atividade potencialmente perigosa. Você está concordando que, mesmo que as partes responsáveis tenham cuidado razoável ao oferecer essa atividade, há uma chance de seu filho ser gravemente ferido ou morto ao participar desta atividade porque existem certos perigos inerentes à ela que não podem ser evitados ou eliminados.”
Além disso, o cloro é normalmente colocado nas piscinas para manter os níveis de bactérias seguros para humanos. Mas os golfinhos, que permanecem naquela água dia e noite, muitas vezes desenvolvem queimaduras químicas na pele e nos olhos, que podem até cegá-los. Mesmo com essa precaução perigosa para os animais, a transmissão de doenças entre humanos e golfinhos ainda pode ocorrer.
4. Os golfinhos em cativeiro são criados para passar toda sua vida lá.
Vamos encarar os fatos: golfinhos criados em cativeiro ao redor do mundo nunca serão devolvidos à natureza. Os programas de reprodução em cativeiro se autodenominam “programas de conservação” quando, na realidade, servem apenas para reabastecer o mercado de golfinhos usados em atrações, incluindo atividade de interação com eles.
Os locais que promovem a reprodução como conservação geralmente destinam menos de um por cento de sua receita à proteção das populações selvagens. Os golfinhos nariz-de-garrafa, que são a espécie mais utilizada em interações, não estão em risco de extinção e, portanto, não devem ser criados em cativeiro.
Além disso, os bebês são separados de suas mães precocemente, sem que muitas lições de vida possam ser ensinadas. Por exemplo, muitos são separados antes mesmo de aprenderem a mamar adequadamente e, portanto, são menos capazes – ou, em alguns casos, completamente incapazes – de amamentar seus próprios filhotes, levando a um aumento na mortalidade infantil. Ao quebrar esses laços naturais prematuramente, as instalações em cativeiro privam esses golfinhos de habilidades essenciais e, portanto, são inúteis para os esforços de reprodução conservacionista.
5. O entretenimento com golfinhos destrói suas famílias.
Os golfinhos em todo o mundo são frequentemente comercializados de local para local, em esforços para reproduzi-los e evitar a consanguinidade, bem como para garantir que os bebês não atrapalhem as atrações.
Esse transporte constante de animais aumenta em seis vezes a probabilidade de morte dos animais. Devido a essas relações artificiais, em que os golfinhos são forçados a interagir – ao contrário do que fariam na natureza, a agressão entre eles é quase certa. Ao contrário dos golfinhos selvagens, que podem escolher com quem interagir, os golfinhos em tanques são forçados, ainda muito pequenos, a se relacionar com outros que podem ter linguagens diferentes, ou de quem simplesmente não gostam. Os sinais de agressão em locais com golfinhos incluem estalar o queixo, bater em outros golfinhos com seus focinhos (rostrum) ou morder, deixando marcas.
Como minha família pode ter uma experiência com golfinhos sem crueldade?
A melhor maneira é participando de uma atividade de observação no mar que segue um código de conduta responsável ou, melhor ainda, da praia, onde você pode ter certeza de que não os está prejudicando e que sua família está segura.
Fonte: World Animal Protection
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